Sensibilidade em equilíbrio: sete chaves para gerenciar seu traço de personalidade

Sensibilidade em equilíbrio: sete chaves para gerenciar seu traço de personalidade

24/03/2022 artigos Rosalira Oliveira

Compartilhar o traço da alta sensibilidade faz com que as pessoas altamente sensíveis apresentem uma série de características em comum. São estas características que lhes permitem identificar-se como PAS.  Naturalmente, todos os altamente sensíveis se verão refletidos nas quatro características que compõem os pilares centrais do traço. Mas, existem vários outros aspectos ligados ao traço  que poderão, ou não, estar presente em cada pessoa. Cada PAS é um mundo. A gestão da alta sensibilidade, portanto, deve ter como objetivo favorecer o ajuste contínuo do traço à cada pessoa e à sua vida.

 

Entretanto, é importante deixar claro que, apesar das diferenças existentes entre as PAS, a gestão da alta sensibilidade é a chave para que cada pessoa possa alcançar seu equilíbrio vital e desfrutar dos aspectos positivos de ser altamente sensível. Gerenciar o traço é um processo que envolve conhecer-se, cuidar-se e respeitar-se. Implica em reconhecer e respeitar seus limites, evitando a saturação e adaptando sua vida ao seu traço de personalidade, ao invés de buscar, a todo custo, adaptar-se a um estilo de vida que não lhe convém. Conhecer o seu traço de personalidade e aprender a gerenciá-lo lhe permite desenvolver uma nova perspectiva a respeito da pessoa que você é, abandonando velhos papéis que já não são adequados e abrindo mão de comportamentos que não lhe fazem bem.

 

Porém, este é um processo de aprendizagem. E neste artigo vou falar sobre o que, a partir da minha experiência profissional, são as chaves mais importantes quando se trata de gerenciar a alta sensibilidade. Mas primeiro, eu gostaria de lhe contar sobre algo que para mim é fundamental que você saiba: quais as consequências de não aprender a gerir e equilibrar o traço em sua vida.

O que acontece quando não sabemos gerir a nossa sensibilidade?

A maior consequência, que ocorre a muitas pessoas altamente sensíveis,  é viver em um estado de saturação contínua. Uma constante sensação de crispação e de alerta que tende a resultar em estresse, ansiedade, depressão, sensação de sobrecarga, cansaço constante, dores musculares e/ou reações emocionais desproporcionais, como choro ou raiva aparentemente sem motivo (aquilo que eu chamo de montanha russa emocional).

 

Outra consequência pode ser viver a vida a partir de um ou mais papéis adaptativos. Por vezes, na tentativa de se adaptar. as PAS desenvolvem uma “personalidade externa”, um papel que lhe permite relacionar-se e situar-se socialmente, mas no qual a pessoa sente que não está sendo ela mesma. Esta não correspondência entre aquilo que os outros veem e aquilo que a pessoa é internamente, gera uma sensação de solidão que pode ser profundamente dolorosa.  A pessoa sente que ninguém a conhece de verdade e que não tem com quem partilhar a sua verdadeira essência. A gestão do traço permite que a PAS possa se compreender e se aceitar como é. Com isto, ela constrói a confiança necessária para expor-se aos demais, sem a necessidade de esconder seu eu verdadeiro por medo da rejeição.

 

Uma consequência também muito comum, é viver uma vida limitada por conta do sentimento de não ser capaz de “dar conta” das mesmas coisas que as outras pessoas.  Quando vivemos em constante estado de de superestimulação, certas atividades podem parecer “demais” para nós. Seja pela falta de energia, seja pelo medo de sermos julgados, podemos acabar nos limitando a uma vida que, não apenas não corresponde aos nossos desejos, como nos deixa frustrados com a sensação de sermos “menos” que os demais. Através da gestão do seu traço de personalidade, as PAS podem construir a resiliência necessária para enfrentar os desafios da vida e ir em busca dos seus objetivos.

 

Também é comum encontrarmos PAS que, por não saberem gerenciar as características associadas ao traço, apresentam um comportamento muito distante daquilo que consideramos  “sensibilidade”. Ainda que seja surpreendente, podemos encontrar PAS que são excessivamente críticas ou que estão sempre queixosas, irritadas ou com raiva. Isso, tende a acontecer porque esta pessoa, não conhecendo ou não sabendo gerenciar o seu traço, desenvolveu este tipo de comportamento como uma estratégia para lidar com o meio ambiente e proteger-se da própria sensibilidade.

 

Porem, para mim, a consequência mais importante e mais danosa, é a não aceitação da pessoa que se é. Quando você conhece a alta sensibilidade, se informa de sua existência, mas não começa um trabalho de gestão do traço tende a continuar a senti-lo como uma fraqueza e a pensar que tudo seria mais fácil se apenas você “não fosse tão sensível”! Ao não aprender a equilibrar a sua sensibilidade, você deixa de criar as condições para que todas as qualidades associadas ao traço (que são muitas) possam emergir no seu cotidiano e com isto perde a chance de conhecer-se por inteiro e desfrutar de todas as vantagens de ser uma pessoa altamente sensível.

 

Atenção: aceitar-se não significa acomodar-se! O fato de ser uma PAS pode lhe trazer desafios, como o perfeccionismo, a emocionalidade extrema, a vulnerabilidade ao estresse, entre outros. E estes são pontos importantes a trabalhar na tarefa de gerenciar seu traço de personalidade. Porém, é apenas quando você aceita algo que pode atuar para modificá-lo. Isso significa dizer que é só a partir do conhecimento do seu traço altamente sensível, e de tudo o que ele traz consigo, que você pode identificar aquilo que deseja transformar nas suas reações e no seu estilo de vida.

 

Estas são apenas algumas das consequências de não gerenciar o traço da alta sensibilidade. Pode ser que  você tenha se identificado com algumas delas e com outras não. Afinal, cada PAS, além de sua alta sensibilidade, tem muitas outras características que a definem como uma pessoa única, Por isto mesmo, a gestão do traço é  um trabalho pessoal e único. Assim como você.

 

7 chaves para gerenciar sua alta sensibilidade

Um.  É um trabalho diário: a gestão da alta sensibilidade implica na adoção de novos hábitos de maneira consistente. No início pode gerar uma certa sensação de “sobrecarga” como se, você tivesse ainda mais coisas para fazer e/ou observar. E isso pode ser assustador. Mas uma vez que você começa a incorporar a sua nova rotina e passa a perceber as mudanças positivas na sua vida, tudo fica mais fácil.

 

Dois.  Nunca acaba: Ser PAS é para sempre. Não existe um momento em que você pode dizer “ok, agora tenho tudo sob controle”. E, então, possa parar de seguir as rotinas que criou para gerenciar o seu traço. Mas é verdade que uma vez que você começa (que às vezes é o mais difícil) o trabalho de gestão se implementa por si mesmo e você percebe que está muito mais calmo(a), seguro(a) e consciente em cada momento de sua vida.

 

Três.  Se internaliza: Uma vez que você começou a gerenciar seu lado altamente sensível, as diferentes ações que você incorpora à sua vida vão sendo internalizadas e passam a fazer parte de você. É Como se você sempre tivesse agido dessa maneira. Por exemplo, a mudança do seu diálogo interno negativo para um novo tipo de diálogo mais positivo e/ou encorajador vai acontecendo aos poucos, porém, com o tempo se torna a forma com a qual você fala consigo a maior parte do tempo.

 

Quatro.  É uma responsabilidade sua. Ninguém vai gerenciar sua alta sensibilidade no seu lugar. Por isto é importante que você assuma a responsabilidade por isso desde o primeiro dia. Pode ser bastante útil ter o apoio de um profissional para dar o pontapé inicial, mas só você pode implementar as mudanças necessárias em sua vida para gerenciar o traço.

 

Cinco.  Dia após dia: É uma questão de passos diários. Metas de curto prazo que irão levá-lo(a) a um objetivo final de bem-estar, felicidade e equilíbrio vital.

 

Seis.  Pequenos gestos: A gestão da alta sensibilidade não é sobre mudanças dramáticas (a não ser que você deseje fazê-las!). Você não precisa deixar seu emprego ou romper um relacionamento. Trata-se muito mais de pequenas mudanças. Pequenos gestos diários que criarão grandes resultados.

 

Sete.  Aceitação: Este é um trabalho de plena aceitação da pessoa que você é. É claro que esta aceitação vem pouco a pouco, à medida que você avança no conhecimento e na gestão do traço. Mas, posso lhe afirmar que esta é uma das consequências mais importantes e bonitas do processo.

 

E como gerenciar a alta sensibilidade?

Na verdade, gerenciar o traço é simples se tivermos as ferramentas e o ambiente favorável para fazer isso. Existem alguns recursos, como livros ou artigos (ou mesmo este site, por exemplo) onde você pode encontrar muitas informações úteis. Essa informação geral pode lhe dar algumas pistas sobre como você pode praticar o cuidado com a alta sensibilidade na sua vida.

 

Porém, você pode pensar: “e agora, por onde eu começo?” Por vezes, o acúmulo de informação pode ter o efeito de saturar ou mesmo bloquear uma PAS. Principalmente quando você está  focado(a) em problemas específicos para os quais ferramentas e informações gerais não parecem ser suficientes. Ou ainda, quando você sente que é o momento de priorizar-se e cuidar de si mesmo de forma personalizada. Nesses casos, é melhor ter a ajuda de um profissional que conheça o  traço e possa lhe ajudar a criar  um Plano de ação adaptado à você e às suas circunstâncias.

 

Seja como for, lhe convido a gerenciar seu traço e aproveitar ao máximo o fato de ser uma pessoa altamente sensível. Sem dúvida, melhorar essa área de sua personalidade terá um impacto extremamente positivo na sua perspectiva de vida.

 

Se quiser contar com a minha ajuda e experiência profissional para iniciar este trabalho, clique no link abaixo e conheça a Mentoria Ame sua Sensibilidade, um percurso passo-a- passo para aprender a equilibrar e amar a sua sensibilidade.

 

 

 

Espero que nos encontremos neste lindo trabalho!

 

Beijos e bênçãos,

 

 

 

 

 

 

 

 

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Sobre o autor
Rosalira Oliveira Sou coach com formação em coaching ontológico e especializada em alta sensibilidade. Fiz minha transição recentemente, quando encerrei meu ciclo como pesquisadora e doutora em antropologia cultural e tornei-me criadora do “Ame sua sensibilidade”, um programa de coaching destinado a ajudar as pessoas altamente sensíveis a compreender e integrar em essa sua característica, de modo a viver uma vida com mais felicidade e significado.

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