As pessoas altamente sensíveis e a reinvenção do mundo do trabalho

As pessoas altamente sensíveis e a reinvenção do mundo do trabalho

13/06/2022 artigos Rosalira Oliveira

pessoas altamente sensíveis trabalho

Por Fábio Cunha 

 

Trabalhar em uma grande corporação, com seus ambientes ruidosos, metas por produtividade, hierarquia opressora, falta de flexibilidade, marketing pessoal, falsos valores e missões que não se sustentam é um dos grandes desafios de vida para as Pessoas Altamente Sensíveis. A sensação de desencaixe, de esgotamento, é muito comum e muitas chegam a pensar que nunca vão conseguir construir uma carreira e não acreditam que possam promover uma mudança na forma como as coisas funcionam atualmente.

 

Muitos PAS relatam que enxergam muitos anos à frente, sabem o que vai acontecer em uma empresa e não são compreendidas ou ouvidas quando tentam avisar. Também possuem uma habilidade especial em identificar jogos psicológicos, manipulações e competição desleal.

 

Tudo isso gera muita frustração, passamos a acreditar que as empresas não são uma força do bem no mundo, que não temos opções, com isso vamos perdendo a satisfação, a sensação de pertencimento, os motivos para acreditar que o que fazemos é importante e o trabalho perde o seu propósito.

Os superpoderes das PASsuperpoderes pessoas altamente sensíveis trabalho

As Pessoas Altamente Sensíveis absorvem tudo ao seu redor, especialmente as sutilezas que a maioria não percebe. Esta percepção, aliada ao processamento profundo dos estímulos, traz às PAS uma capacidade rara, quase mágica. É como se elas pudessem perceber as raízes crescendo embaixo da terra, muito tempo antes que o primeiro broto apareça. As PAS já enxergam hoje a grande árvore que ainda vai existir.

 

E isto se aplica a tudo o que se passa em um ambiente de trabalho, podemos ler o clima organizacional, antevendo problemas que vão explodir e que ninguém se deu conta ainda; as mudanças no mercado que vão exigir ajustes na empresa, entre outros…

 

Outro super poder PAS é a intuição. A maioria de nós tem uma forte intuição, que a dra Elaine Aron define como, “saber o que você sabe sem sempre saber como você sabe disso”. Nós simplesmente sabemos. É como se fossemos guiados para ler ou pesquisar sobre determinado tema, sabendo com antecedência as informações que vamos precisar usar no futuro.

 

empatia pessoas altamente sensíveis trabalhoA empatia é outra característica comum às PAS, elas se importam verdadeiramente com o sentimento das pessoas ao seu redor. Muitas vezes percebem sentimentos e necessidade não expressadas. Nada passa desapercebido. Quando uma PAS se conecta com uma pessoa, existe uma conexão real com uma troca profunda de informações, fatos, opiniões, sentimentos e emoções. As pessoas que entram em um diálogo verdadeiro nunca são as mesmas quando saem, sempre há algo novo, um novo aprendizado, uma nova visão, um novo sentimento.

 

Esta combinação de habilidades permite às PAS perceberem qual é o futuro que quer emergir, o futuro desejável aquele no qual o sistema funciona da melhor forma para todas as pessoas e para as organização. No ambiente de trabalho, as PAS são os grandes sensores que sabem como está o clima da empresa, sentem o que está se formando e, também, as bússolas que apontam a direção para o melhor futuro que pode ser criado para solucionar os problemas atuais.

Rebeldes Diplomáticos

Um sentimento natural em toda PAS é que parte do que somos não se conforma com as normas convencionais ou com a visão estabelecida de mundo. Muitas coisas não fazem sentido para as PAS, que percebem as incoerências e as falhas do modelo atual, e também, têm dentro de si as ideias de novas formas de funcionamento do sistema.

 

rebeldes pessoas altamente sensíveis trabalhoEsta parte de nós é o que nos impulsiona a inovar, sermos originais, impulsionar novos movimentos e provocar novas mentalidades. É o que nos incentiva também a buscar a liberdade, para que possamos cada vez mais atuar baseados nas nossas motivações internas e não nas regras impostas pelo exterior.

 

David Garam, ex- diretor de inovação da Lego, criou o termo Rebeldes Diplomáticos para definir as pessoas que podem conduzir grandes transformações nas organizações,  aquelas com habilidades de inovação, e também, com capacidades diplomáticas para conduzir estas mudanças.

 

 

Os rebeldes diplomáticos equilibram a mentalidade do rebelde com as habilidades do diplomata.

  • Capacidades Diplomáticas: Entender as regras, navegar bem entre diferentes pessoas, cuidar das relações, ter empatia por todos afetados pela mudanças. Ouvir.
  • Habilidades dos Rebeldes: Ter uma visão do futuro, ser criativo, desafiar o status quo, não aceitar as coisas como elas são, questionar “Por que não?”

 

São habilidades raras de se encontrar em uma única pessoa e as PAS naturalmente trazem em si estas habilidades diplomáticas, têm um estilo suave e sutil, com a tendência a serem guiadas por valores éticos profundos, levando em consideração todas as pessoas envolvidas nas mudanças e colocando o senso de propósito acima do ganho pessoal imediato.

 

As PAS também buscam constantemente novos conhecimentos, culturas e experiências, se tornando excelentes conselheiros com a habilidade de navegar em diversas áreas e construir pontes de diálogo com pessoas totalmente diferentes.

 

Considero que a grande chave para as PAS ativarem este Rebelde Diplomático é valorizar e equilibrar de maneira saudável seu lado questionador e inconformista com sua diplomacia natural e aprender a expressá-la, desenvolvendo os atributos de liderança e comunicação.

 

O trabalho dos rebeldes diplomáticos se baseia em cinco hábitos que também podemos desenvolver ao propor novas ideias e mudanças:

 

  • Nem todas as pessoas vão gostar das suas ideias, algumas vão odiar. Aceite isso.
  • Apenas quebre as regras que você não entende porque existem
  • Construa uma tribo. Suas ideias vão ressoar em outras pessoas. É mais fácil produzir mudanças juntos.
  • Escreva cartas de amor. Encontre as boas qualidades das pessoas e expresse apreciação por elas e pelos movimentos positivos.
  • Faça as pessoas brilharem. Não se preocupe em ser o centro das atenções, assuma o papel do facilitador, incentivador, ativista, influenciador, conselheiro.

 

Mais sobre as pessoas altamente sensíveis e a reinvenção do mundo do trabalho, neste bate-papo:

 

 

 

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Sobre o autor
Rosalira Oliveira Sou coach com formação em coaching ontológico e especializada em alta sensibilidade. Fiz minha transição recentemente, quando encerrei meu ciclo como pesquisadora e doutora em antropologia cultural e tornei-me criadora do “Ame sua sensibilidade”, um programa de coaching destinado a ajudar as pessoas altamente sensíveis a compreender e integrar em essa sua característica, de modo a viver uma vida com mais felicidade e significado.

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