Alta sensibilidade e gestão de energia: como chegar inteiro ao final do dia

Alta sensibilidade e gestão de energia: como chegar inteiro ao final do dia

29/06/2018 artigos Rosalira Oliveira

energia IAh,ah! Tenho certeza que este tema não lhe é desconhecido. Nem à você e nem à mim. Imagino que você também conheça esta sensação de voltar para casa à noite se sentindo esvaziado(a). Como se os eventos do dia tivessem lhe sugado cada gota de energia. Tudo o que você quer é comer alguma coisa e cair no sofá. De preferência para ficar olhando sem ver um programa qualquer na TV, até reunir forças para levantar-se e ir para a cama dormir como uma pedra ou, pelo contrário, passar metade da noite acordado(a), num estado de exaustão tão profundo que se torna quase impossível relaxar e dormir bem.

 

Se esta cena lhe é familiar saiba que não está sozinho(a). Conciliar o nosso nível de energia com as demandas da chamada “vida moderna” é, na verdade, um dos grandes desafios de viver com alta sensibilidade.  Aprender a gerar mais energia e desenvolver habilidades de gerenciamento da própria energia constitui, mais do que uma necessidade, uma obrigação para toda pessoa altamente sensível que deseja viver em paz com a sua sensibilidade. Isto significa reavaliar o seu estilo de vida ajustando-o ao seu traço.  Claro que nem sempre podemos viver da maneira que mais nos agradaria e, por vezes, apesar das melhores intenções, sua energia é drenada e você fica desequilibrado(a). Isto acontece com todos nós. Por isso mesmo, entender esta predisposição ao cansaço e desenvolver estratégias para lidar com esta condição é parte essencial da conquista do nosso bem-estar PAS.

 

Porque esgotamos tão rapidamente nossas baterias?

 

Creio que você já conhece a resposta: gastamos mais energia e nos cansamos mais depressa porque nosso sistema neurossensorial, extremamente responsivo, “trabalha” mais, respondendo com profundidade à uma serie de estímulos que as pessoas com um nível menor de sensibilidade sequer registram.   Em outras palavras, somos mais suscetíveis à hiperestimulação do que os tipos menos sensíveis. Estar hiperestimulado acaba por drenar sua energia, ainda mais quando essa situação se torna uma constante.  Você pode até não perceber o buraco energético imediatamente, uma vez que a hiperestimulação também produz uma grande descarga de adrenalina que cria uma sensação de urgência e lhe deixa em estado de alerta. Você pode até ficar um pouco viciado(a) em viver com esse nível de adrenalina. Mas, no momento em que tentar parar para descansar perceberá a exaustão física e mental e os efeitos no seu corpo e na sua psique.

 

Um outro fator que contribui para nos levar a exaustão são as exigências culturais.  Vivemos em uma sociedade que estimula (e até mesmo cobra) que nos comprometamos em demasia. Em resposta a esta pressão tentamos fazer tudo, encaixar tudo e aproveitar tudo. Isso é não apenas hiperestimulante, como também drenante.  No caso das PAS essa pressão é ainda mais danosa porque nos coloca diante de uma escolha perversa: continuar nos esforçando e exigindo do nosso corpo e da nossa mente mais do que eles são capazes de dar, a fim de acompanhar o passo com os demais e “não ficar para trás” ou aceitar que temos um nível de energia diferente da maioria e amargar o sentimento de sermos, de algum modo, inferiores aos demais. energia II

 

Há ainda outros fatores que respondem pelo nosso déficit no quesito energia, entre eles nossa tendência a nos doar demais. Como falei no artigo sobre doação (leia aqui), em muitas ocasiões confundimos ser uma boa pessoa com nos deixarmos de lado. Doar nossa energia desta forma é outra maneira de nos tornarmos esgotados. O esgotamento agrava a hiperestimulação – uma vez que quando estamos exaustos qualquer novo estímulo passa a ser demasiado para nós – e, com isso, cria-se uma espiral descendente, que pode rapidamente ganhar impulso se não for controlada.

 

Mas então, o que uma pessoa altamente sensível pode fazer?

 

A resposta é: muita coisa. Embora você não possa mudar o seu traço de personalidade e absorver menos estímulos, por exemplo, pode aprender a gerar mais energia e a gerir melhor a energia que tem disponível. Como costuma dizer o coach norte-americano Brendon Burchard “a hidrelétrica não tem energia, ela gera energia”. Pense em si mesmo(a) com uma hidrelétrica e aprenda a gerar mais energia.

 

Ok, entendi a metáfora. Mas como posso gerar mais energia? Fácil. Aprendendo a cuidar de si mesmo(a) e a colocar-se como prioridade na sua vida. Preste atenção e (realmente) se importe com a maneira como se sente, com os seus pensamentos, com o que você deseja e com aquilo que necessita para se sentir bem. Uma coisa muito importante é construir uma rotina que lhe permita cuidar bem de si mesmo(a). Vejamos alguns pequenos passos.

 

 Passo I: Pare e analise criticamente o que você está fazendo e por que está fazendo.

 

Você simplesmente não pode fazer tudo. Por isso avalie seus compromissos e abandone toda e qualquer coisa que não esteja alinhada com suas prioridades. Dê a si mesmo(a) permissão para reconsiderar seriamente outros eventos e planos. Como uma pessoa sensível você absolutamente tem que priorizar seu autocuidado e aprender a administrar bem sua agenda e sua energia ou se arrisca a viver como um zumbi, passando pela vida sem estar realmente presente nela.

 

Aprendi isto nos últimos meses. Minha agenda ocupada me levou a buscar exatamente este tipo de estratégia para conseguir reequilibrar minha energia. A falta de entusiasmo e a sensação de estar me arrastando foram um poderoso lembrete da importância do “pensamento máscara de oxigênio”, ou seja, que para poder apoiar as pessoas que confiam em mim, necessito primeiro colocar minha própria máscara de oxigênio, reservando tempo e espaço para renovar a minha energia.

 

Passo 02: Aprenda (e pratique) autocuidado

 

Se você acompanha o meu trabalho já sabe que para mim o autocuidado é a chave para viver bem e feliz sendo uma pessoa altamente sensível. Nosso delicado sistema nervoso precisa de atenção especial para se recuperar do excesso de estímulos que absorve ao longo de um dia. As recomendações mais importantes estão relacionadas ao sono, alimentação (incluindo muita água), suplementos dietéticos (para apoiar o nosso corpo devido ao consumo intenso de minerais e vitaminas causado pela nossa vulnerabilidade ao estresse), exercícios leves e algum tipo de meditação para acalmar nossa mente hiperativa. energia III

 

Uma recomendação importante: beba ao menos 03 litros de água por dia. Muitas vezes as sensações de fadiga, de fome e as dores de cabeça que afetam o nosso humor provém da falta de hidratação adequada.

 

Outra maneira de cuidar de si mesmo(a) é permitir-se tirar uma folga. Se você é como a maioria das PAS pode ser muito crítico(a) em relação as suas fraquezas e lutas na vida e, normalmente, não reconhece e não se recompensa por um trabalho bem feito, continuando a se exigir mais e mais, mesmo que esteja cansado(a) e necessitando de repouso. Seja paciente e gentil consigo mesmo. Saiba que as críticas que você se faz costuma ser mais prejudiciais do que aquelas que você recebe.

 

Você pode encontrar outras estratégias de autocuidado no meu e-book gratuito, que está disponível neste link. Porém, mais importante do que as estratégias, é a sua aceitação do fato de que as suas necessidades são diferentes da média das pessoas e seu compromisso em priorizar (de novo esta palavrinha) o seu bem-estar físico e emocional.

 

Passo 03: Aprenda a preservar e a recarregar a sua energia

 

Uma vez que você tenha reorientado a sua agenda e sua vida de acordo com as suas prioridades, incluindo o seu autocuidado, reserve algum tempo para recarregar as baterias antes de avançar. Costumo sugerir aos meus clientes de coaching que façam uma lista das coisas que lhes recarregam e renovam sua energia. Em seguida, solicito que se dediquem a criar estratégias para aumentar a presença dessas coisas no seu dia-a-dia.

 

Como uma inspiração para você, aqui estão algumas das coisas que fazem parte da minha lista:

  • Ler romances policiais ou de ficção mágica
  • Fazer tratamentos de spa em casa
  • Brincar com minhas gatas
  • Assistir series antigas no youtube
  • Passear pela cidade
  • Ouvir audiolivros de autores como Deepak Chopra, Wayne Dyer e ouenergia IVtros.
  • Estar ao sol
  • Fazer crochê ou pintar em livros para colorir. 

 

Essas atividades simples, porém, lúdicas e nutritivas, me trazem de volta à mim mesma e me geram um sentimento de renovação. Funcionam como um banho de energia que me revigora e me ajuda a centrar-me novamente.

 

Passo 04: Identifique os seus “sugadores de energia

 

Ao lado das coisas que lhes energizam também costumo pedir aos meus clientes que façam uma lista das coisas que lhes sugam e roubam sua energia. Esta lista é tão importante quanto a primeira, uma vez que tendemos a ficar desgastados e oprimidos por coisas que se acumulam na nossa vida sem serem resolvidas e acabam pesando em nossas mentes. Então, faça uma lista daquilo que está pesando na sua cabeça e sugando a sua energia, como, por exemplo: Tarefas incompletas, frustrações, problemas não resolvidos ou problemas de outras pessoas, desordem, “deveres”, necessidades não satisfeitas, invasão das suas fronteiras, culpa, contas ou faturas, projetos em atraso, indecisão, procrastinação, etc.

 

É claro que nem sempre você pode (ou quer) lidar com essas coisas imediatamente. Porém, o próprio ato de escreve-las, e de reconhecer o papel negativo que estão desempenhando na sua vida, tem um efeito poderoso no sentido de sensibilizá-lo(a) e leva-lo(a) a, gradualmente, movimentar-se para resolvê-las. Para mim buscar manter o equilíbrio entre as coisas que me alimentam x as coisas que me drenam, sempre do lado positivo da balança é um compromisso que tem tido repercussões importantes na minha qualidade de vida.

 

Passo 05: Conecte-se

 

Todo o Universo é energia. Esta é a Fonte de onde tudo provém. Tornar-se consciente da sua conexão com esta Fonte, qualquer que seja o nome pela qual você prefira chama-la, é manter-se vinculado a um reservatório permanente de energia. Portanto, busque e encontre a sua maneira de fortalecer esta conexão.

 

Conecte-se também as pessoas que ama. Nós PAS somos experts em conexões profundas. Mas, por vezes, deixamos que nossa facilidade para nos sentirmos feridos, nosso perfeccionismo e nossa tendência a remoer problemas passados nos leve a cultivar mágoas, que acabam por obscurecer os sentimentos, prejudicando a expressão do amor em nossas relações. Sentir-se profundamente conectado às pessoas que são importantes na nossa vida é uma fonte de energia da qual nenhum de nós pode (ou deve) abrir mão.

 

Estes são alguns dos passos que estou seguindo neste momento para restaurar a minha energia. E você? Como está cuidando da sua energia? O que lhe recarrega?  O que lhe suga? Qual a proporção da presença dessas coisas no seu cotidiano? Crie suas estratégias e regenere a sua energia.

 

Beijos e bênçãos e até o próximo artigo,

 

Rosalira dos Santos

 

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Sobre o autor
Rosalira Oliveira Sou coach com formação em coaching ontológico e especializada em alta sensibilidade. Fiz minha transição recentemente, quando encerrei meu ciclo como pesquisadora e doutora em antropologia cultural e tornei-me criadora do “Ame sua sensibilidade”, um programa de coaching destinado a ajudar as pessoas altamente sensíveis a compreender e integrar em essa sua característica, de modo a viver uma vida com mais felicidade e significado.

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